sábado, 26 de julho de 2008

Marília era uma menina



Não me pergunte como, por quê ou como, mas às vezes vou colocar uns textos aqui! Seria bacana se lessem e comentassem. Por favor, não se sintam obrigados, aliás, por que se sentiriam? O que eu poderia fazer pra coagir vocês a comentarem? No máximo chamar vocês de bobos! HAHAHAHAHA! Ok, chega de besteiras, espero que gostem do texto!

Marília era uma menina

Marília era uma menina.
Acordava, tomava seu café, seu lanche da manhã, almoçava, comia o lanche da tarde, jantava e comia seu lanche antes de dormir todos os dias. Gostava das coisas boas da vida, televisão, internet, livros, boa comida, bebidas, cigarro, drogas, sexo e rock’n’roll. Sua pele pálida contrastava com seus olhos, cabelos e unhas negras. Saía quase todas as noites com seus amigos, ia à festas de música alta, ambiente escuro e abafado, cujo ar cheirava a álcool de baixa qualidade. Passava noites no cemitério se embebedando, participava de orgias com seus amigos magrelos de cabelos compridos ao som de guitarras, baterias, vozes finas e sofridas, e gritos sufocados em lugares subterrâneos sem janelas, iluminados por velas rubras e negras. Quando estava em casa, trancava-se em seu bagunçado quarto, olhava pôsteres de seus ídolos na parede, acendia incensos, meditava em frente ao seu altar wicca e cortava os pulsos ocasionalmente, mas sem machucar, para não sentir muita dor. Chorava. Ia mal na escola, mas gostava de se mostrar como uma intelectual, conhecedora dos assuntos místicos, cujos meros mortais colegas de sala não compreenderiam com sua capacidade limitada. Andava pela cidade com sua maquiagem pesada, seu coturno e sobretudo (negros) apesar do calor. Não se entendia com os pais que não a entendiam, nem a apoiavam “são uns imbecis, uns idiotas” ela dizia para si mesma e para quem quisesse ouvir. Um dia, eu aguardava o momento do início da aula sentado em frente à escola, ela sentou-se ao meu lado e disse “quente hoje, hein?”, ao que lhe respondi afirmativamente. “Não gosto de calor, sou uma vampira” grunhiu querendo parecer misteriosa, virei e olhei para seus supérfluos olhos negros “quer um conselho?..." – respirei - "...Entra no banheiro... "– respirei – "...fecha bem a porta..." – respirei - "...tampa a privada..." – respirei – e "dá um tiro na cabeça..." – respirei. Desvirei e olhei o verde jardim à minha frente no estacionamento dos professores em frente ao campo do Botafogo. Marília tinha 16 anos quando foi encontrada no banheiro de casa, ensangüentada e com um buraco na cabeça. Marília era uma menina.

Até a próxima, amiguinhos! ;D

2 comentários:

Anônimo disse...

=,(
triste essa historia man
porem bonita
escreva mais historias aew man

Sua monitoranda disse...

continue respirando assim e não sobraram mais meninas...